“Serás libertado pelo direito e pela justiça”: o enfático versículo de Isaías (1,27) foi adotado como lema da edição de 2019 da Campanha da Fraternidade, que propõe aos brasileiros a reflexão acerca da importância das Políticas Públicas. Por isso, no Colégio Notre Dame Rainha dos Apóstolos, o trecho bíblico, assim como o tema norteador da mobilização, tem motivado a realização de diferentes atividades.
Uma delas, proposta aos estudantes da 1ª Série do Ensino Médio, possibilitou, por exemplo, o exercício das habilidades de escrita. Afinal, durante aulas de Literatura, os jovens foram desafiados a escrever poemas sobre a mobilização.
Dessa maneira, como explica o docente responsável pela disciplina, Marcelo Luiz, os adolescentes exercitaram a capacidade de olhar para as necessidades do próximo, enquanto aprimoraram sua compreensão acerca da linguagem poética. “Ao produzir esse tipo de conteúdo, eles evoluem do papel de leitores para o de escritores, expondo suas emoções e sentimentos”, conclui o educador.
Por fim, os educandos socializaram seus poemas com os colegas.
Confira abaixo alguns poemas produzidos pelos estudantes:
Ao Amanhecer
(Paulo Morelli e Vinícius Toni)
Quero acordar um dia
e respirar um ar de alegria
ver toda coletividade
vivendo com felicidade.
O que faz alguém feliz
é saber que ela faz parte
de uma sociedade
que tem no coração
o amor, a fraternidade.
Todos nós somos um pouco
desta grande imensidão
cada um fazendo um pouco
não haverá lamentação.
Uma pequena ação
Pode mudar uma nação.
Podemos mudar o futuro
mas não é pelo coração
é pela razão e educação.
Saúde perdida
(Maria Clara Freire Araújo e Samira Ferreira Fernandes)
Desespero que se acumulou
grita alto no silêncio do peito.
A vida que por tanto se cultivou
esvaia-se na espera de um leito.
O aguardar agonizante
daqueles que nunca serão atendidos.
E de antes sorrisos radiantes
têm-se agora choros estendidos
de mães que perdem os seus filhos
sua vida esperança, seu lar.
Restando apenas uma lembrança de gatilho
“por que há de demorar tanto
para o resgate chegar?”
Pois onde políticas são pregadas a se valorizar
desde que estas não sejam públicas
não há espaço para se preocupar.
Com perdas não capitais
com a morte súbita
com a dor de uma população
que não tem nada a acrescentar
mesmo que o descarte de seus corpos
esteja a se arriscar.
E mesmo com a maior das contribuições
não há como esse ciclo parar
enquanto a revolta não surgir
enquanto não formos reivindicar
à nação, a união
ao governo, o real respeito
e que nenhuma criança mais se vá
na espera de um leito.